O escritor Isaac Asimov reflete sobre a criatividade num ensaio inédito até poucos meses atrás
Os seres humanos queriam dividir o mundo em dois e tinham de fazer isso usando a força. Os dois blocos que tentavam ser os donos do planeta , os EUA e a URSS , procuravam desesperadamente as armas mais destrutivas que jamais se imaginara. O então ARPA (Advanced Research Projects Agency ) e hoje DARPA ( Unidos por uma "Defesa" ) rastreavam ideias para criar um novo sistema de defesa contra mísseis balísticos . Tentavam reunir as mentes mais brilhantes, entre elas estava um dos cientistas do projeto, Arthur Obermayer , convidado a participar através do seu amigo Isaac Asimov.
Estávamos em 1959. Asimov era já um famoso escritor de ficção científica, e isso era o que fazia que eles gostassem dele. A fantasia, a capacidade de misturar realidade e ficção para criar algo muito diferente do que nos rodeia.
O Bioquimico participou nas primeiras reuniões, mas logo decidiu abandonar essas “cerebration sessions’ ' . Sim, Asimov chamava-as "cerebration sessions" em vez de brainstorming, o conceito que apareceu no livro Applied Imagination em 1953 e hoje é ouvido em todos os cantos . O norte-americano nascido na Rússia viu que aquela porta que se abria levava-o a um lugar blindado de portas fechadas.
Mmm… Se eu tiver acesso a informações classificadas, nunca poderei escrever sobre estes temas, isso irá limitar a minha liberdade de expressão e minha fantasia .
Não havia outra saída, Asimov abandonou o projeto .
Mas antes de sair deixou algo escrito.
